terça-feira, janeiro 14, 2025

 


11 anos depois...


E aqui estou 11 anos após a minha última publicação. Lendo algumas coisas que escrevi anos atrás vejo que muitas delas sairam apenas da boca para fora, senão quase todas elas. Bonitas sim , é verdade, poéticas talvez algumas. 

Ouvindo e lendo J. Krishnamurti pode ver-se claramente como a mente nos facilmente engana. Como facilmente nos coloca num mundo de ilusão, em que cria bonitas imagens de serenidade, equilíbrio, calmaria, quando na realidade continuamos exatamente como eramos antes: instáveis, violentos, emotivos ao ponto do descontrole, egoístas. Mas também capazes de pequenos gestos de amor para com alguém, é verdade.

No entanto, muito muito pouco para que exista uma verdadeira mudança. Os velhos hábitos permanecem, a instabilidade mantém-se e o nosso afastamento do nosso Centro é a verdadeira realidade nua e crua.

Não admira que sejamos infelizes, que vivamos vidas enfadonhas, sem alegria. Felizmente temos  os amigos pois aí sim, estamos felizes e contentes por estar ao pé deles.

Mas quando voltamos a estar sozinhos a solidão regressa, a tristeza e o aborrecimento de uma vida sem Luz volta-se a notar, pois é essa a verdadeira realidade da nossa vida. Até que um dia, como dizia Krishnamurti, exista uma mudança radical e fundamental na nossa vida. E a única pessoa no planeta inteiro que pode operar essa mudança somos nós próprios.

quinta-feira, dezembro 11, 2014

REGRESSO À ORIGEM

 
 
Passaram muitas luas desde a última publicação neste blog. Obrigado a todos os que o têm seguido.
 
Muitas águas passaram debaixo destas pontes, que afinal somos cada um de nós. E como um amigo meu diz: " A água de um rio não passa duas vezes sob a mesma ponte.".
Realmente, se pensarmos bem nas oportunidades que cada um de nós já teve para realmente mudar, não as tendo aproveitado, fica-nos um certo amargo na boca.
Se por outro lado, pensarmos positivamente, vendo que cada uma dessas oportunidades, ainda que perdidas, traduziu-se em mais um passo em direção ao nosso interior e à Divindade em nós, aí tudo fica mais luminoso.

Mas que isso não sirva para nos reconfortar na inércia e na ausência de esforço. Tenho aprendido que para existir uma mudança interior, tem que haver trabalho. Tem que haver vontade em não desistir. E não será essa nossa vontade, ainda que pequenina, uma pequenina centelha da Vontade de seres como S. Miguel, padre Pio ou outros Grandes Mestres ?

Também tenho aprendido que não funciona a frase "ou vai ou racha...". Porque normalmente "racha...". Ou seja, o impulso de mudar, nesses casos, não é algo que vem verdadeiramente de uma vontade interior serena e poderosa ao mesmo tempo. Ao invés, é algo que nasce como um impulso exterior, que, por não ser "nosso verdadeiramente", ou sai descontrolado ou não tem força suficiente para passar à frente dos nossos "velhos hábitos", e se manter lá.

Tudo na vida parece-me cada vez mais tender ao equilíbrio. É como se um certo mar, nunca pudesse permanecer eternamente revolto e com altas vagas.






 


quinta-feira, setembro 23, 2010


Manhã cedo na floresta...
O frio contorna-me os braços e as costas,
As últimas gotas de orvalho brilham ainda
ao romper dos raios de sol que aquecem agora as folhas verdes,
e o meu ser,

Fecho os olhos e ouço os sons da floresta,
pássaros lá bem em cima, na copa das árvores, a chilrear,
o vento a passar por entre os arbustos e na minha face,
o rugido de uma onça lá muito ao fundo.

Leva tempo mas o meu espírito começa
lentamente a deixar-se absorver por toda esta atmosfera.
E os meus sentidos ampliam-se

Sinto a onça a correr dentro de mim,
o vento a soprar nos meus ouvidos traz sons para além
do próprio vento em si,
Alguém diz que colibris saíam em jorros do meu peito nessa altura,
e então agradeço a Tudo quanto existe e o previlégio
de Lhe pertencer. E por tudo o que me tem sido oferecido.

Este é o meu pequeno tributo ao Santo Daime e ao Mestre
que me foi revelado através dele.
Que o Bem, que não exclui ninguém, nos guie para Sempre.

quarta-feira, agosto 25, 2010


Voar em direcção ao infinito, sem objectivo nenhum, livre...
pelo céu fora rumo ao azul lá em cima,
O vento bate-nos nas asas e levanta-nos mais ainda...

Descer quase até ao chão e procurar uma flor,
pousar nela com as patas e sentir as suas pétalas quentes do sol...
sorver o néctar que nos alimenta e faz sentir bem.

Mas afinal somos do céu ou da terra?

Um amigo disse-me: "coração no céu mas pés assentes na terra".
Dá que pensar realmente.

É que por vezes o coração arrebata-nos num impulso imparável rumo ao céu azul,
para mais tarde descobrirmos que temos forçosamente que colocar os pés no chão.
E por vezes ter que colocar os pés na terra de novo é doloroso...


Mas a nossa senda continua!
Até que um dia percebemos que pertencemos a tudo
e o nosso ser espalha-se na brisa quente da tarde
voando livres como nunca.


sexta-feira, junho 18, 2010

Fusão com a Luz


Gostei muito deste ratinho!
O nariz e os olhos dele são engraçados.

Estava o ratinho à procura de bagas e a descansar na floresta,
quando lhe aparece à frente um senhor
todo vestido de branco.

O ratinho ficou a olhar boquiaberto pois esse senhor
brilhava muito, muito e tinha um sorriso muito sereno.
E o ratinho perguntou: "Quem és tu?"
- Quem achas que sou?
- Não sei... brilhas tanto, tanto que quase fico sem ver!

E o senhor respondeu: "Sou tu, quando estás calmo e sem
teres que correr de um lado para o outro."
-Mas eu sou muito nervoso!, disse o ratinho, "Sempre fui!"
O senhor de branco sorriu e disse,
"Lembras-te do que te disse mesmo há pouco? Mantém-se."
Disse o ratinho: "Que sois eu, quando estou calmo?"
- "Sim."
- "Uau........, Nunca pensei que pudesse ser assim."
E olhou bem de novo para todo aquele brilho...

E o senhor disse, antes de desaparecer na floresta:
- "Pois é: mas deves trabalhar para um dia seres assim de
forma permanente. Senão irás ser sempre nervoso."

- "Obrigado!, disse o ratinho."
E lá continuou pela floresta, irrequieto, à procura de bagas
e a descansar de vez em quando.


quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Beleza e pureza



Como é fácil vermos a beleza na natureza, e tão difícil vermos a nossa...
Como é fácil vermos a pureza nas palavras e nas acções dos Mestres, e tão difícil vermos isso em nós...

Como é difícil sentirmos o Bem e a Luz dentro de nós, quando na maior parte do tempo carregamos mágoas ou irritações...
Como é difícil seguir o Vosso caminho, Mestre, para um ser que durante tanto tempo reagiu por instinto... e ainda reage.

Vós Sois o Caminho a Verdade e a Vida,
e eu sou um Vosso muito trôpego seguidor.

A beleza da imagem de cima é algo quase sobrenatural. Como são possíveis tantas nuances de vermelhos e amarelos de outono.
Obrigado a quem a pintou, pois é um quadro lindo.

Elizabeth Clare Prophet disse um dia que quanto mais a Alma vislumbrar a beleza e os padrões geométricos divinos, mais Ela se identificaria com essa beleza, pois a Alma identifica-se com o que lhe é mostrado ou com o que vê. Tal como um espelho.

Que a minha Alma se identifique cada vez mais conVosco, pois sois Vós o Santuário onde toda a beleza e a mais cristalina pureza reside, segundo palavras de Santa Teresa de Ávila.

Por todos os séculos dos séculos,
toda a Honra e toda a Glória,
a Glória para sempre,
na unidade do Espírito Santo.
Amén.

Muito obrigado a todos os meus companheiros de viagem, sem excepção.



quarta-feira, março 25, 2009

Louvor a Vós, Senhor



Louvor a Vós Senhor, pois sóis Vós e apenas Vós que conseguis derramar Luz onde só há trevas e sofrimento - dentro do meu coração - onde só sinto guerra e conflito.

Densas as trevas que sinto nessas alturas e, mais tarde, a paz vinda de Vós que apazigua e extingue ou pelo menos acalma, à medida da minha capacidade, o mais feroz dos fogos infernos.

Não existe neste mundo palavra suficiente para Vos agradecer o não padecer continuamente deste mal. A paz que me trazeis não é seguramente também deste mundo. É sobre-humana, muito além do meu entendimento, pois instala-se serenamente no seio de sangrenta batalha que travo comigo próprio, como anjo que desce imaculado e branco no meio da vermelhidão sem que a brancura das suas asas seja tingida num ponto sequer. Como é possível não sei, mas é. E Graças a Vós que é assim, por isso Vos agradeço do fundo de mim.

Louvado seja Deus nas Alturas que faz descer amor tão puro no seio de tamanhas trevas.