segunda-feira, novembro 27, 2006

Pedi para Sentir
E ouvi o meu Coração bater,
Pedi então para que Ele se abrisse
E estou a aprender a deixar abrir o Coração.
Muitas vezes quando o Coração se abre
A boca cala-se.
Pouco Ele me deixa dizer
Muito me impele a fazer.

sexta-feira, novembro 17, 2006

A raiva e o Amor



Tenho dado comigo, de quando em vez, a ter que lidar interiormente com uma raiva, desencadeada ou porque alguém ralha comigo, ou porque alguém critica a minha conduta e maneira de fazer as coisas. Várias vezes por coisas mínimas, coisas que outra pessoa qualquer não daria importância alguma. O que é facto é que essa raiva, nessas alturas, invade-me automaticamente a zona do estômago.

A única forma que tenho encontrado para que essa raiva possa ser “transformada” é lembrando-me do Mestre dentro de mim, constantemente, quando me sinto dessa forma - pois nessas alturas gera-se um nó energético tal que só a Força de Amor do Mestre Interno do Coração o pode dissipar. Das vezes que consegui fazer isso, ouvindo e apelando a esse Mestre, sempre me caíram lágrimas dos olhos e até soluços de um choro convulsivo se soltaram. Essas lágrimas, para mim, são a raiva saindo para fora, transformada e lavada pelas águas do Amor Puro que tudo derrete. Mas para chegar a esse ponto tenho tido muita dificuldade e sofrido também pois parece que custa ouvir, parece que custa apelar ao Mestre dentro de mim nessas alturas. Na realidade a “quem” custa tanto fazê-lo é à minha personalidade que não gosta de se vergar, seja de que forma for e perante ninguém. Apesar de tudo, tem sido essa a única forma que tenho encontrado para deixar essas energias de ressentimento e raiva saírem. E o alívio vem em seguida. O alívio interior e também em relação à critica que “me” foi dirigida.

Coisa estranha e ao mesmo tempo milagrosa esta de, apenas quando resolvemos abrir as pesadas portas que guardam o nosso “castelo cheio de coisas efémeras” - ego, apenas aí o Amor entre e transforme tudo. É como se o Amor estivesse sempre do lado de lá dessas grossas portas que erguemos dentro de nós, serenamente aguardando que nós as abramos. Aí, Ele entra inundando tudo, deitando fora o que não presta e que faz mal, iluminando e purificando.

É que quer as pesadas portas quer esse Amor que tudo transforma estão ambos dentro de nós…

segunda-feira, novembro 13, 2006

Os Cavaleiros de Hoje. A Honra e a Educação.

Há séculos atrás, existiram os cavaleiros que serviam Reis. Alguns haviam que se regiam por uma conduta de disciplina, pela educação e pela Honra. A honra de servir o seu Rei e o seu reino - na figura dos seus conterrâneos. A educação fazia também parte deles. Estes valores não eram usados para os enaltecer ou elevar acima dos outros mas sim como conduta de vida que haviam escolhido e da qual não abdicavam acontecesse o que acontecesse.

Passaram-se os séculos mas o coração desses cavaleiros não esqueceu aquilo que tão nobremente havia aprendido. Eram valores eternos, gravados na sua alma, e que não se diluíam com o passar das eras. Nos dias de hoje não é fácil reconhecer esses homens mas tenho a certeza de que eles existem. Hoje, já nem sequer ouvimos falar da honra e da educação para com o próximo. Muitas vezes estes valores são até tidos como ridículos por diversas pessoas à nossa volta. Essa é uma das razões que faz tornar tão difícil encontrar hoje os verdadeiros cavaleiros de outrora. Esses cavaleiros, homens comuns hoje, sabem que não é por falar ou por contar a terceiros que se cultivam essas qualidades no ser. É sim dentro de cada um que elas devem nascer. É através de dia após dia, das acções que cada um empreende e do exemplo que de forma natural daí emana, que a honra e a educação acaba por ser revelada aos outros.

É verdade que um homem irado pode facilmente influenciar uma multidão de gente insatisfeita. É também verdade que a energia agressiva desse único homem pode propagar-se pela multidão como chamas que se multiplicam no meio de erva seca num dia de vendaval. Mas também é verdade que o Exemplo de um homem honrado e educado, por muitos anos ou séculos que possam passar, quando atinge o coração de outro homem pode fazer crescer neste último uma energia que, apesar de mais discreta, tem muito mais valor e até mesmo força do que a da raiva ou do ódio.

O que acontece é que a Honra e a Educação são ambas filhas do Amor e por isso elevam bem alto a Alma e o Coração do homem, dentro dele e em relação aos seus semelhantes. A raiva, a má educação e o ódio estrangulam o coração do homem e empurram-no para baixo, para zonas por vezes hediondas onde energias semelhantes habitam.

Perguntamos então: o que é feito, assim sendo, dos cavaleiros de outrora ? Onde estão eles na nossa sociedade que cultiva hoje a vaidade e o egoísmo ?

A resposta: Ao Serviço d’Aquele que sempre os guiou pelo caminho do Bem. Ao Serviço do Mestre que sempre esteve Dentro deles.